
E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.
(Hilda Hilst)
2 comentários:
essa é forte, e dolorosa.
mas quem está na chuva... não é mesmo?
Nem tudo são flores, caro galahad.
Agora mesmo tenho assistido um seriado na tv, In Treatment, de um psicanalista que passa por uma situação complicada no seu casamento, sua mulher tem um caso com outro, ele se apaixona por uma paciente, mas quer o casamento e procuram na sua supervisora uma terapia de casal.
Não gosto de seriados, não mesmo, gosto de cinema um bocado, mas esse que comecei a assistir por insistência de amigos blogueiros, o André Monsores e o Ricardo Cabral, é bem interessante. Quer dizer, já vi alguns fracos, mas ontem dois capítulos eram do casal em terapia. Forte pacas.
A vida prega peças, algumas sustentáveis e boas, outras não.
Viver a dois, entender momentos bons e esfriamentos é uma sabedoria.
Melhor ainda, sabedoria é esquentar os momentos de esfriamentos, com quem se ama.
Acredito eu.
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