O que fazer entre um orgasmo e outro,
quando se abre um intervalo
sem teu corpo?
Onde estou, quando não estou
no teu gozo incluído?
Sou todo exílio?
Que imperfeita forma de ser é essa
quando de ti sou apartado?
Que neutra forma toco
quando não toco teus seios, coxas
e não recolho o sopro da vida de tua boca?
O que fazer entre um poema e outro
olhando a cama, a folha fria?
(Affonso Romano de Sant’Anna)
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14 comentários:
Você conhece esse do Veríssimo (o filho, não o pai)?
Armário
Eu queria, senhora, ser o seu armário
e guardar os seus tesouros como um corsário
Que coisa louca: ser seu guarda-roupa!
Alguma coisa sólida circunspecta
e pesada nessa sua vida tão estabanada.
Um amigo de lei (de que madeira eu não sei)
Um sentinela do seu leito com todo o respeito.
Ah, ter gavetinhas para suas argolinhas
Ter um vão para seu camisolão e sentir o seu cheiro, senhora, o dia inteiro
Meus nichos como bichos engoliriam suas meias-calças,
seus soutiens sem alças, e tirariam
nacos dos seus casacos,
E no meu chão,como trufas, as suas pantufas...
Seus echarpes, seus jeans, seus longos e afins
Seus trastes e contrastes.
Aquele vestido com asa e aquele de andar em casa.
Um turbante antigo. Um pulôver amigo. Bonecas de pano.
Um brinco cigano.Um chapéu de aba larga.
Um isqueiro sem carga.Suéteres de lã e um estranho astracã.
Ah, vê-la se vendo no meu espelho, correndo.
Puxando, sem dores, os meus puxadores.
Mexendo com o meu interior à procura de um pregador.
Desarrumando meu ser por um prêt-à-porter...
Ser o seu segredo,senhora, e o seu medo.
E sufocar com agravantes todos os seus amantes.
Não conhecia, leila, mas tenho a felicidade de conhecê-lo pessoalmente, bem como sua linda família, Lucia, a mulher, Mariana, Pedro e a outra que esqueci o nome e que mora na França. Já estive na casa deles em POA por duas agradáveis noites e outros encontros alhures. O último no Rio, na Sala Cecília Meireles. São deliciosas pessoas. O Luiz Fernando é tímido pacas, mas um anfitrião super generoso. Mais tenho contato com a Mariana, que mora em São Paulo e é um doce de pessoa.
leila
Você pegaria o metrô de Heathrow pela Piccadilly Line até Holborn, trocaria para Central Line, duas estações eastbound, emergiria em St Paul, e atravessaria o Tâmisa pela Millennium Bridge para me encontrar na Tate Modern?
se é que você me entende...
gustav gustav... não queira fuçar nas minhas gavetinhas, abrir meus escaninhos. Olhando rápido pareço recatada (e sou), mas tenho muitos pecados e segredos inconfessáveis.
Em tempo: nunca saí do Brasil, mas o Google me possibilitou visitar a Tate Modern. Obrigada pelo passeio virtual, foi o máximo!!!
leila leila... também adorei passear na Tate Modern com você.
Você reparou que eu estava te seguindo discretamente? Fiquei com tanta vontade de abrir uma ou duas gavetinhas. Mas ainda estou buscando coragem para me aproximar mais...
papi Pax... nunca tive dúvida alguma que vc é um homem versado. Qdo estiver com o Veríssimo, diga-lhe que tem uma paulistinha que o acha genial.
Sou não leila, sou um homem metido por tabela com coisas da arte.
Eu mesmo, um coitado.
Ops, coitado é bom.
A modéstia é algo em que não acredito muito Pax, mas que é bonitinha, ah, isso é!
;)
preciso ir trabalhar agora!
galahad cuidado, vc pode perder um dedo querendo mexer assim em minhas gavetinhas. Sabe como é, alguns movimentos são involuntários.
;)
galahad
que história é essa de se meter no passeio dos outros, meu amigo?
leila
não abra suas gavetinhas para qualquer um...
gustav
o galahad é metido pacas...
galahad e Leila (e Pax)
não me entendam mal. passeiem à vontade pela Tate e por Londres inteira, virtual e concretamente; fico feliz em ter proporcionado essa viagem e esse encontro.
aliás quem proporcionou mesmo foi a Leila, com suas tantas gavetinhas. é impossível resistir à tentação de abri-las e boliná-las...
é fato, gustav: leila tornou o post uma viagem deliciosa.
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