quinta-feira, 12 de junho de 2008

O quarto


Tinha meus vinte anos quando fui passar férias em Porto Alegre, na casa dos meus pais. Sempre ouvira histórias do famoso Gruta Azul, o prostíbulo mais conhecido da cidade. Num fim de noite, não me lembro bem porque (*), acabei indo pra lá. As meninas realmente eram lindas e era madrugada, a clientela estava rareando e eu sentado tomando um drinque e sendo provocado. Apareceu uma menina linda, mais ou menos da mesma idade, simpática e bem articulada. Aquela conversa boba e fomos para o quarto do local. Sem pressa, o que permitiu carinhos. Ao final ela me olha e diz:
- Quer me levar para casa? Moro aqui perto
- Vamos
No pequeno apartamento tudo era limpo, a decoração um pouco exótica, somente o cheiro do perfume barato me incomodava um pouco. Ela queria namorar, queria falar, era do interior, estudava na Puc, mandava dinheiro pra família e se sustentava, os clientes bons, os clientes chatos, o dia-a-dia do ofício, queria passear de mãos dadas.

Namoramos os 30 dias que fiquei em Porto Alegre aquele ano. Nos fins de noite a encontrava, tomávamos um bom banho enquanto ela me falava dos trabalhos do dia, da faculdade e namorávamos. Nunca a esqueci.

(*) É desnecessário, mas nunca foi uma atividade normal para mim. Devo ter ido não mais de três vezes a prostíbulos. E a foto não reflete a moça que era descendente de alemães, loira. A foto me fez lembrar o quarto do seu apartamento.

3 comentários:

gwyn disse...

Tem certos cheiros e ambientes que se transformam em memorias marcantes e inesqueciveis nas nossas vidas..quase que como uma cicatriz.

Pax disse...

Pra mim são os cheiros...

Anônimo disse...

como negar ser o olfato uma das maiores alavancas da química entre os parceiros? doces aromas, perfumes florais, cítricos odores... e o cheiro de pele e de sexo, antes, durante e após o ato? resistir, quem há de?