domingo, 22 de junho de 2008

Scena Nocturna (2/2)


Onda de medo e de arrepio que atinge as fibras das coxas dos seios do ventre das nádegas. Os pelos do cu e os pelos do sexo espetam-se juntos e expõem ao luar o monte de vênus. Tensão e violência dominam o espaço demarcado por listas de sombra, cruzando degraus lábios e artelhos.

Os dedos da mão direita do homem estreitam-se sobre a carne do braço direito da mulher, que foge do seu medo e do seu desejo. A mão esquerda do homem segura e empurra o queixo da mulher, lançando-a para trás, gemido que se confunde com o baque das costas contra a balaustrada de prata e de noite. Os lábios se abrem em gotas de medo, umidade carmim, linfas e sangue, a vara do homem que se ergue, as carnes da mulher que se liquefazem, línguas que se buscam, o jato de porra antes da penetração.

(Rio, 18/06/96)

Nenhum comentário: