terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Deixa a mão...


Deixa a mão
caminhar
perder o alento
até onde se não respira.

Deixa a mão
errar
sobre a cintura
apenas conivente
com nácar da língua.

Só um grito desde o chão
pode fulminá-la.

A morte
não é um segredo
não é em nós um jardim de areia.

De noite
no silêncio baço dos espelhos
um homem
pode trazer a morte pela mão.

Vou ensinar-te como se reconhece
repara
é ainda um rapaz
não acaba de crescer
nos ombros
a luz
desatada
a fulva
lucidez dos flancos.

A boca sobre a boca nevava.

Eugénio de Andrade em http://cseabra.utopia.com.br/

Foto: mc-nudes - pescado do blog do Pedro Doria

2 comentários:

Anônimo disse...

E aí Pax!!! Vc. tá de greve no "nosso" Blog do Ray, né? Pra ver sua arte teremos que vir lhe visitar aqui... Mas não há de ser nada não. Vc. não vai se livrar da gente, por que viremos aqui todo dia então, até porque aqui tem poesia escrita além da poesia da foto. Abç. Apareça lá. Estamos sentindo sua falta. Ade.

gwyn disse...

Pax!

Que surpresa (*muito*)boa ler voce de novo..

Esse poema e essa foto sao maravilhosamente perfeitos e belos !!
Coloriu esse inverno tao rigoroso e lindo (muito branco e muita nevoa)que estamos tendo por aqui.