
eu desato, as primícias perseguindo
do sonho a que se volva o dia findo
(já não terá o rei suas espadas).
De toda diferença, ora, prescindo:
disputem outros sobre as bem-amadas
(ai! alma, em dúbio sangue sobrenadas...)
ou se é o rosto, sob os véus, mais lindo.
A pouco e pouco, afrouxaram-se estas malhas;
os olhos as trespassam, de tão falhas;
e um só, de volta em volta, o meu caminho.
As mãos, eu pouse — ó Vida! — em frescas toalhas
eu, contra o peito, quando me agasalhas
definitivamente, sou sozinho.
(Pedro Xisto)
3 comentários:
Uau! Que soneto... que soneto lindo. Preciso lê-lo ainda mais umas dez vezes para absorvê-lo. Não conhecia essa lado o Pedro Xisto, pensava que só escrevia hai-kais e poemas visuais/concretos.
E que foto maravilhosa!!!
que rendas e remendos
qual dedo
este quadro
mereceu o poema
leila: eu preciso conhecer melhor o Xisto, o cara é ótimo como tem sido descobrir gente boa e trazer pra cá, um processo delicioso
ela: uau !
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