
Que forma luminosa me acompanha
quando, entre o lusco e o fusco, bebo a voz
do meu tempo perdido, e um rio banha
tudo o que caminhei da fonte à foz?
Dos homens desde o berço enfrento a sanha
que os difere da abelha e do albatroz.
Meu irmão, meu algoz! No perde-e-ganha
quem ganhou, quem perdeu, não fomos nós.
O mundo nada pesa. Atlas, sinto
a leveza dos astros nos meus ombros.
Minha alma desatenta é mais pesada.
Quer ganhe ou perca, sou verdade e minto.
Se pergunto, a resposta é dos assombros.
No sol a pino finjo a madrugada.
Soneto: Lêdo Ivo http://www.jornaldepoesia.jor.br/ledo.html#presun
Foto: Nuno Baptista www.olhares.com
Um comentário:
Pax,
O Lêdo Ivo era mais um poeta que eu subestimava e que agora no seu blog começo a admirar. Obrigado mais uma vez...
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