terça-feira, 12 de agosto de 2008

Anjos

Anjos
pois sim,
elas são anjos
alados
que nos seduzem
e nos mantêm
cativos, envoltos
por trás, pela frente
por todos os lados

mulheres, meninas
seres úmidos
encontrados
e des
encontrados

ninfas
das águas
das brumas
dos bosques
dos lagos

anjos, enfim
de peles douradas
cerúleas, ebúrneas,
da cor do marfim,
peliças crispadas,

quem sabe
para mim?

úmidos seres
celestiais,
mistérios assim,
tais quais
magníficos
enigmáticos
sensuais
querubins.

Poema: Zig (from the graveyard)
Foto: a.brito, http://luzfeminina.blogspot.com/

6 comentários:

Unknown disse...

Zig(from the graveyard),

"quem sabe
para mim?"

sim, para voce.
E agora? que faco...
me apaixonei!!

Unknown disse...

Eu também...

Anônimo disse...

gwyn e deise

a declarada paixão de vocês duas me mantém irremediavelmente envolto, cativo e fascinado.

mas não quero iludi-las; como seguramente foram informadas pelo post Morre um poeta, eu já pertenço à classe defunctória, condenado que fui a uma fulminante, precoce e romântica tuberculose (como convém a nós poetas novecentistas)... e não quero forçá-las a cruzar as águas geladas do Estige ainda na flor das suas vidas eróticas...

como disse divinamente o magno vate: "lasciate ogni speranza, voi qu'entrate!"

Unknown disse...

Zig,

Quer paixão mais arrebatadora do que apaixonar-se por um poeta em seu leito de morte?

Perdão, querido, mas não seguirei seu conselho. Sinta-se amado.

Unknown disse...

Zig.


O amor e maior que a vida e transcende a morte.

Anônimo disse...

Deise e Gwyn, meus amores transcendentais,

As palavras de vocês são como uma manta felpuda e sedosa que estreito contra meu corpo funéreo, aquecendo-me dos ventos gelados do Averno.

Como sinal da minha gratidão, envio um lindo poema de um coleguinha deste lado de cá, com quem tenho batido longos papos, tentando aliviar sua mórbida depressão. Ele é dos bons, como podem ver. Aliás, quem se arrisca a identificá-lo? Só não vale usar o tal do google, pois aí fica mole...

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A música da Morte, a nebulosa,
estranha, imensa música sombria,
passa a tremer pela minh'alma e fria
gela, fica a tremer, maravilhosa ...

Onda nervosa e atroz, onda nervosa,
letes sinistro e torvo da agonia,
recresce a lancinante sinfonia
sobe, numa volúpia dolorosa ...

Sobe, recresce, tumultuando e amarga,
tremenda, absurda, imponderada e larga,
de pavores e trevas alucina ...

E alucinando e em trevas delirando,
como um ópio letal, vertiginando,
os meus nervos, letárgica, fascina ...